O volume de suínos abatidos no Brasil deverá crescer entre 3% e 5% no próximo ano, enquanto as exportações devem aumentar em torno de 2%, avalia a Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS). “Esse cenário determinará o ajuste entre oferta e demanda no mercado doméstico”, diz, em boletim, o presidente da ABCS, Marcelo Lopes. A ABCS informa que o ano de 2022 termina “estancando as perdas de uma crise profunda”. Em compensação, a associação acredita que em 2023 “se iniciará a recuperação financeira do setor”.
A Associação considera que o custo de produção indica “relativa estabilidade”, especialmente, no caso dos preços do milho. Em contrapartida, a cotação do farelo de soja, por sua vez, voltou a subir nas últimas semanas, o que mantém os custos de produção elevados. Para a ABCS, o que “chama a atenção” é o fato de produtores que "sempre trabalharam com estoques substanciais de insumos", e que operavam ativamente no mercado futuro de grãos, estão praticamente comprando ‘da mão para a boca’ e arriscando “muito pouco” nas compras antecipadas.
Para a ABCS, o cenário é reflexo da descapitalização dos suinocultores, que tiveram que “sacrificar o caixa e se endividar para suportar a crise”, mas também em virtude das incertezas em relação à conjuntura nacional e internacional, além de taxas de juro elevadas. “A situação causa preocupação para 2023, pois se houver frustração de safra ou qualquer outro fator que eleve as cotações dos grãos, deixará boa parte dos suinocultores mais vulnerável a prejuízos financeiros”, ressalta.
Por fim, a associação destaca que a produção brasileira de suínos deverá encerrar 2022 com crescimento em torno de 6% em relação a 2021, enquanto as exportações não apresentam “variações substanciais” em relação aos volumes do ano passado. A ABCS acrescenta que o consumo per capita de carne suína será de “novo recorde” neste ano, superando a marca de 19 kg.
Fonte: Broadcast Agro