Um mês atrás o AviSite observou que, considerado o preço médio alcançado pelos quatro principais itens exportados, o frango inteiro se colocava como o item mais promissor nas vendas externas de carne de frango de 2021.
Pois os resultados de fevereiro não só ressaltam essa tendência como também trazem informação surpreendente: no mês, o preço médio alcançado pelo frango inteiro (US$1.488,54/tonelada) superou em 2,6% o preço médio dos cortes (US$1.450,55/tonelada). Uma ocorrência que, mesmo não sendo inédita, é extremamente rara na história das exportações desses dois itens.
E tal desempenho fica ainda mais visível na análise (tabela abaixo) dos valores acumulados no primeiro bimestre de 2021. Embora o volume de frango inteiro embarcado tenha recuado quase 5% no período, seu preço médio, ao contrário dos demais itens, aumentou perto de 6%, fazendo com que sua receita cambial, negativa até janeiro passado, passasse a apresentar valorização anual positiva de 0,80%.
De sua parte, os cortes de frango, além de sofrerem queda de volume maior (-6,79%) que a do frango inteiro, apresentaram forte retrocesso no preço médio (-12,37%). Com tais desempenhos, a receita cambial do produto recuou mais de 18%. Como correspondeu a dois terços da receita total dos quatro itens, a receita dos cortes neutralizou os pequenos ganhos obtidos pelos outros três itens, fazendo com que o bimestre fosse encerrado com um recuo de 12,58% na receita cambial total.
O volume de industrializados de frango e de carne de frango salgada aumentou no período (2,78% e 8,02%, respectivamente). E apesar de terem enfrentado retrocesso de mais de 2% no preço médio, encerraram o bimestre com aumento de receita. Mas isso em quase nada influenciou o resultado, pois sua participação na receita cambial total não chega a 8,5%.