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Postado em 23 de Setembro de 2022 às 08h37

Investimento e pesquisa em carne cultivada avançam na América Latina

EXPOMEAT 2024 - V Feira Internacional da Indústria de Processamento de Proteína Animal e Vegetal Conheça as iniciativas brasileiras para produção de carne cultivada, envolvendo grandes empresas, universidades e...

Conheça as iniciativas brasileiras para produção de carne cultivada, envolvendo grandes empresas, universidades e institutos

A indústria de carne cultivada passa por um momento de franca expansão, com o número de players no setor se tornando cada vez maior. Atualmente, são cerca de 70 empresas e startups no mundo todo, e é esperado que essa tendência de crescimento se mantenha, segundo levantamento feito pelo Good Food Institute (GFI). Em 2021, o mercado de carne cultivada recebeu investimentos de US$ 1,4 bilhão, conforme nota do GFI divulgada na terça-feira (13).

Um passo significativo no avanço do mercado de carne cultivada na América Latina acaba de ser dado pela Granja Tres Arroyos. A empresa argentina, líder na produção de alimentos no país, acaba de anunciar sua entrada no segmento por meio de uma parceria técnica com o Instituto de Pesquisa Biotecnológica da Universidade Nacional de San Martin. Os esforços de P&D começaram há um ano e o objetivo é ter uma planta piloto nos próximos dois anos. Todas as informações desta notícia são da nota do GFI.

Para o setor de carne cultivada chegar à escala comercial a preços acessíveis para o consumidor, são necessários investimentos altos em pesquisa e estrutura robusta de produção. É esse know-how que a Granja Tres Arroyos e seus 50 anos de experiência no setor de carnes está trazendo para esse mercado.

Essa não é a primeira iniciativa no âmbito de cultivo de proteínas no país. A Argentina já foi palco da primeira degustação de carne cultivada na América do Sul, em julho de 2021. O feito foi fruto das pesquisas da startup B.I.F.E., da Divisão de Bioengenharia do Laboratório Craveri e aconteceu de forma privada. A degustação serviu como prova de conceito inicial, ainda sem perspectiva para atingir o estágio de produção para o mercado.

A aposta da Argentina no cultivo de proteínas confirma a tendência de queda no consumo de carne bovina no país, que chegou ao menor patamar em cem anos. O potencial desse movimento é de impactar a cadeia em escala global, uma vez que a Argentina é o maior consumidor per capita de carne bovina entre países emergentes, de acordo com dados do CiCarne.

“Com a união de esforços da iniciativa privada com os agentes governamentais, sobretudo com institutos de pesquisa e agências reguladoras, é possível motivar o fluxo de capital e estimular o desenvolvimento de pesquisadores e profissionais dedicados a essa área tão estratégica para a América Latina”, disse na nota a gerente de Engajamento Corporativo do GFI Brasil, Raquel Casseli.

Na sua opinião, a América Latina poderá liderar nos próximos anos o protagonismo do setor de carne cultivada no mundo. “Grandes players, principalmente no Brasil, importaram tecnologia e construíram grandes laboratórios para que no futuro seja possível produzir a carne cultivada em escala. É uma corrida de 100 m rasos. É uma maratona científica”, afirmou a especialista.

Iniciativas no Brasil
O Brasil possui as condições favoráveis para se tornar líder dessa indústria e já existem grandes empresas brasileiras implementando iniciativas para tornar a carne cultivada uma realidade no prato do consumidor.

A JBS investirá R$ 325 milhões nos próximos quatro anos para o desenvolvimento de carne cultivada por meio do seu Biotech Innovation Center. Inclusive, o seu centro de inovação em alimentos no Brasil está com vagas abertas para cientistas de diversas áreas relacionadas à inovação em alimentos por meio do programa Especialistas em Biotecnologia Avançada, que tem foco na produção de carne cultivada.

No campo das startups, as últimas novidades também não poderiam ser mais animadoras. A Ambi Real Food, que nasceu com a promessa de se tornar a primeira empresa brasileira a produzir carne cultivada com tecnologia totalmente nacional, acaba de produzir seu primeiro protótipo de hambúrguer bovino, com tecnologia totalmente nacional.

Já a Sustineri Pisces, startup que também deseja ser pioneira na aquicultura celular no Brasil, finalizou a etapa de desenvolvimento de bancos de células de cinco espécies de peixes: garoupa, cherne, robalo, linguado e tainha. “Estamos produzindo os Work Banks e daremos início ao processo de uso dos biorreatores para produzir um protótipo (empanado de peixe) até o primeiro trimestre de 2023”, disse o diretor executivo da Sustineri Pisces, Marcelo Szpilman, na mesma nota.

Além disso, acaba de entrar para o mercado a primeira empresa de cultivo celular focada em desenvolver gordura de porco cultivada, a Cellva. De acordo com informações da empresa, “a tecnologia Cellva proverá gordura animal substancialmente mais saudável e completamente segura contra as contaminações que a gordura suína tradicional pode oferecer, com exato sabor, textura e aroma”. O produto poderá ser incorporado em produtos de origem animal, cultivados ou feitos de plantas. Também estão nos planos o desenvolvimento de outros alimentos a partir do cultivo de células.

No campo acadêmico, a carne cultivada também tem atraído a atenção de cada vez mais pesquisadores e gerado os primeiros resultados. Projeto coordenado pela profa. dra. Aline Bruna da Silva, do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (Cefet/MG), em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), acaba de produzir o primeiro protótipo de carne de frango estruturado cultivado. A pesquisa que deu origem ao protótipo (Hybrid scaffolds for cultivated chicken) foi financiada pelo Good Food Institute, por meio do Programa de Incentivo à Pesquisa.

Utilizando tecnologia de impressão 3D, o Senai Cimatec está desenvolvendo carne cultivada e os testes feitos até o momento buscam criar formulações para alcançar textura, aparência e sabor da carne convencional.

Em parceria com o GFI Brasil, a Universidade Federal do Paraná (UFPR), por meio do Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias, já formou 107 alunos na disciplina de Introdução à Zootecnia Celular, dedicada aos estudos de carne cultivada. O próximo passo será desenvolver o produto em laboratório.

A Escola Senai Dr. Celso Charuri passou a oferecer um curso de 'Técnicas de cultivo com linhagens de células de mamífero', com o objetivo de desenvolver competências relacionadas ao cultivo de linhagens celulares.

Na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), a disciplina Proteínas Alternativas: Feito de Plantas, Fermentação e Carne Cultivada agora é oferecida dentro do programa de Pós-Graduação da Faculdade de Engenharia de Alimentos. O objetivo é capacitar os alunos apresentando os fundamentos técnico-científicos das proteínas alternativas para que eles possam contribuir tanto para o desenvolvimento da ciência como para o crescimento da indústria. Ao todo, 29 alunos já foram formados.

O Good Food Institute (GFI) é uma instituição sem fins lucrativos que trabalha para acelerar transformações na cadeia de produção de alimentos para torná-la mais sustentável, segura e justa.

Fonte: CarneTec

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