
As exportações brasileiras de carne bovina poderão registrar um resultado recorde em julho, ultrapassando 150 mil toneladas, se o ritmo atual dos embarques se mantiver até o fim do mês, segundo cálculos do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) divulgados na quinta-feira (19).
Até a segunda semana de julho, o Brasil exportou 73,2 mil toneladas do produto, superando as 54,4 mil toneladas embarcadas em junho, quando o setor ainda sofreu reflexos da greve dos caminhoneiros em maio.
Isso representa uma média de 7,3 mil toneladas de carne bovina por dia até a segunda semana de julho, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério da Indústria, Comércio e Serviços compilados pelo Cepea.
A forte alta nas exportações pode estar atrelada à greve dos caminhoneiros no final de maio, que impediu que muitos caminhões chegassem aos portos, atrasando o escoamento das cargas para os meses subsequentes, escreveram pesquisadores do Cepea em nota.
Consumo interno
Já no mercado interno, a demanda pela proteína bovina está fraca, segundo o Cepea.
Os preços de proteína animal subiram após a greve dos caminhoneiros em maio e junho, reduzindo a atratividade do produto para os consumidores.
O dispêndio dos consumidores no município de São Paulo com carnes subiu 7,79% em junho, ante maio, refletindo essa alta nos preços, segundo índice calculado pelo Instituto de Economia Agrícola (IEA). O acém foi um dos itens com maior alta, de 5,76%.
Apesar dessa alta, o índice de preços de carnes do IEA em São Paulo subiu apenas 0,02% no acumulado do primeiro semestre, inferior à inflação de 1,23% medida no período.
Por Anna Flávia Rochas
Fonte: Carnetec