O cenário em 2021 deverá continuar favorecendo as exportações brasileiras de carne bovina, disse o analista da área de Pecuária da StoneX, Caio Toledo, em webcast na semana passada.
“As exportações tendem a ficar positivas, principalmente por questões cambiais... acho que o câmbio deve continuar fortalecido”, disse ele.
O analista também estima que a demanda asiática continuará forte.
“Acho que o ano que vem vai ser muito parecido com o ano de 2020”, disse ele, acrescentando que atualmente o Brasil tem um teto de exportações para a China considerando o número de plantas habilitadas.
Neste ano, a desvalorização do real frente ao dólar vem colaborando para aumentar a competitividade da carne bovina brasileira nos mercados externos.
No mercado doméstico, o consumo aumentou durante o período em que o governo federal liberou o auxílio emergencial aos consumidores.
“Hoje o mercado doméstico aceita preço porque tem uma variável que é o impacto do auxílio emergencial nos preços dos alimentos”, disse Toledo. “O volume de dinheiro colocado na sociedade brasileira acabou impactando no preço de tudo, principalmente das proteínas.”
Com a liberação do pacote emergencial, houve uma certa troca no consumo de ovo pelo consumo de proteínas que o consumidor não estava podendo adquirir antes do auxílio.
“Os cortes que mais subiram foram os cortes mais baratos”, disse Toledo.
Com o fim do auxílio emergencial, o mercado também ficará atento aos impactos na demanda.
Toledo alerta que a China tem tentado baixar o preço pago por tonelada de carne bovina brasileira, embora continue comprando grandes volumes. Essa pressão por corte nos preços tem reduzido a diferença entre o valor da carne bovina que vai para a China e a que é vendida no mercado doméstico.
“Esse spread já fica até negativo em alguns cortes”, disse Toledo. “Isso, em algum momento, pode bater no volume exportado.”
Fonte: Carnetec