Nas estimativas do novo Food Outlook da FAO, o comércio mundial de carnes deve atingir a marca dos 37,6 milhões de toneladas em 2020. Comparado ao ano anterior, esse volume representa aumento anual, considerado significativo, de quase 4%.
De toda forma, esse índice é inferior ao registrado em 2019 (quando a expansão superou os 7%) e reflete os cortes de importação efetuados por muitos países em decorrência dos impactos negativos ocasionados pela Covid-19.
Porém, contrastando com a recessão global, continua ocorrendo expressivo aumento nas importações da China que – previsão da FAO – deve aumentar suas compras externas em quase 45%, índice que representa cerca de 3 milhões de toneladas a mais que em 2019 e faz a China absorver perto de 30% das exportações mundiais de carnes. A maior parte das importações chinesas será atendida pelo Brasil, EUA, Canadá, México, Rússia e União Europeia.
Apesar, no entanto, do aumento expressivo das compras pela China, uma série de fatores relacionados à Covid-19 – como redução da demanda pelo setor de serviços de alimentação (food-service), gargalos logísticos e limitada disponibilidade de câmbio em alguns países importadores – enfraqueceu a relação exportação/importação, fazendo com que os preços internacionais das carnes recuassem no corrente exercício.
Contraditoriamente – pois, em termos físicos é a mais demandada no mercado internacional – a carne suína foi a que enfrentou maior recuo de preços. Seguiram-na a carne de frango, a bovina e, por último, a ovina.
Entendendo que – por conta, ainda, da Covid-19 – o mercado ainda pode sofrer interrupções, a FAO prognostica que a demanda deve permanecer moderada nos próximos meses, o que, ocorrendo, manterá pressionados os preços internacionais das carnes.