Segundo estudo publicado pelo Banco Inter S.A, o setor de suinocultura afetado pela Peste Suína Africana na China, teve consumo dessa proteína teve redução de cerca de 9% em 5 anos (2020/15).
Porém o estudo mostra ainda que em contrapartida, as projeções do Outlook da OECD-FAO para 2030 mostram um cenário positivo para proteína, tendo em vista uma expansão esperada de quase 17%, liderada pelas economias em desenvolvimento, sobretudo na América Latina.
No entanto, semelhantemente a carne bovina, a pesquisa anual espera que haja uma redução do consumo de proteína suína em economias desenvolvidas, devido à substituição das preferências por carne de frango.
Já a União Europeia possui grande representatividade no consumo de carne suína, de modo que é a maior exportadora e está em 2º lugar no ranking de produção mundial. Contudo, movimentos de transformações das dietas, por mais que ainda pequenos, ganham cada vez mais espaço nas preferências dos consumidores da região, bem como Reino Unido e Estados Unidos. Dados do relatório de 2020 do Good Food Institute mostram que as vendas de proteínas plant-based nos Estados Unidos expandiram 45% com total de US$ 1,4 bilhão, assim como globalmente o crescimento atingiu 23,5% em comparação com 2019.
O estudo destaca ainda que na China, diante do cenário apresentado, as expectativas da FAO/OCDE são de uma estabilização da produção até 2023. Assim, devemos ver uma migração da produção campestre para formalizada, a fim de evitar a contaminação do rebanho e eventuais problemas sanitários.
Porém, o estudo destaca ainda que é interessante observar a influência da Ásia no consumo, tendo em vista que as economias desenvolvidas do continente, como o Japão e Coreia do Sul, são grandes demandantes. Esse movimento ocorre devido aos hábitos alimentares no consumo de carne suína, os impactos do aumento da renda populacional e limitações territoriais.
Em resumo, com a PSA reduzindo a disponibilidade de rebanhos suínos na China e a demanda em constante crescimento, os preços da carne suína aumentaram, o que desestabilizou o mercado de proteínas, com o consumo doméstico e a produção mundial de suínos reduzindo, em média, 5% a.a. desde então.
Competitividade
Devido às facilidades de preservação e produção, a carne suína é historicamente a mais consumida no mundo. No entanto, tem perdido o seu posto para proteína de aves, reduzindo sua participação para cerca de 33% em 2020, em razão, principalmente, dos impactos da Febre Suína Africana.
Quando se trata de vantagens produtivas, o rebanho suíno é extremamente lucrativo, tendo em vista a alta fertilidade das fêmeas, menos necessidade de cuidados pela autossuficiência do animal e pela alta adaptabilidade a diferentes climas.
Ainda, igualmente ao frango, a carne suína é um pilar importante para o food service, dado que esse mercado busca proteínas com preços acessíveis para produção de refeições atrativas ao público.
Fonte: O Presente Rural com Informações do Banco Inter