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A JBS S.A. tem perspectivas positivas para 2021, apesar dos desafios relacionados aos custos de produção, e continua tendo como foco o crescimento orgânico e via aquisições, disseram executivos da companhia em teleconferência com analistas na quinta-feira (25).
“A nossa prioridade tem sido sempre o crescimento”, disse o presidente da empresa Gilberto Tomazoni. “A gente está buscando oportunidades... mas os ativos têm que ter valor estratégico e estar no preço correto.”
A JBS deve elevar investimento em capex para entre US$ 1,5 bilhão e US$ 1,7 bilhão em 2021, comparado a cerca de US$ 1,15 bilhão em 2020, segundo o diretor financeiro da empresa, Guilherme Cavalcanti.
“O nosso DNA é de crescimento e a gente quer seguir com aquisições e também com crescimento orgânico, com expansão de capacidade”, disse ele.
Entre os investimentos que a JBS está realizando em suas operações está a expansão da capacidade da Seara, conforme já anunciado anteriormente.
O presidente das operações da JBS na América do Sul, Wesley Batista Filho, disse que a empresa já concluiu as obras de expansão em duas das 12 plantas da Seara nas quais pretende investir em expansão e modernização.
A listagem da JBS na bolsa nos Estados Unidos continua sendo “um caminho natural para a empresa”, segundo Tomazoni. “Vamos fazer no momento oportuno e estamos avaliando quais as melhores estruturas que possam trazer maior valor para o acionista.”
Desafios em 2021
“Este ano temos diferentes desafios em diferentes mercados, mas continua muito positivo”, disse Tomazoni.
No Brasil, a alta da arroba deve ser o principal desafio a ser enfrentado em 2021, pressionando margens no segmento de carne bovina, segundo Batista Filho.
Apesar da redução na disponibilidade de boi pronto para abate, a JBS não pretende reduzir a utilização da capacidade de produção de carne bovina no país. “A gente vai focar bastante na agregação de valor, exportação e eficiência, por isto que a gente não vê reduzir a taxa de utilização como algo no horizonte”, disse o presidente das operações na América do Sul.
Batista Filho disse ainda que a alta nos custos de grãos para o segmento de aves e suínos não deverá ter impacto tão relevante nas margens da Seara, já que a empresa tem buscado mitigar este efeito na margem do negócio desde meados do ano passado com ajustes de preços e no mix de vendas.
Na JBS USA, que congrega operações da JBS na América do Norte e internacionais, o principal desafio em 2021 continuará sendo a restrição na oferta de gado na Austrália.
“A produção na Austrália foi menor em 2020 e será ainda menor em 2021”, disse o presidente da JBS USA, André Nogueira.
Ele disse que as margens da JBS na Austrália têm sofrido muito e que a situação de oferta de animais no país só deve melhorar em cerca de um ano e meio.
Já nos Estados Unidos, Canadá e demais mercados de atuação no exterior, fortes demandas domésticas e de exportações sinalizam para um ano muito positivo, segundo o executivo.
Nogueira disse também que a demanda do segmento de food service nos EUA foi retomada fortemente nas últimas duas semanas, o que ele espera que aconteça na Europa e Canadá entre maio e junho.
A demanda da Ásia por exportações também continua aquecida.
“Começamos o ano [com cenário] mais favorável do que era no início de 2020, com o impacto da pandemia”, disse Nogueira.