A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) vê uma melhora no cenário para as indústrias brasileiras de carne de frango e suína em 2021, após um ano de desafios relacionados à pandemia da covid-19, disseram representantes da entidade em coletiva de imprensa na quarta-feira (09).
A ABPA estima alta de 0,5% a 3,6% no volume total de exportações de carne de frango brasileira em 2021, e de 4,9% a 10% nos embarques de carne suína. As exportações de carne de frango devem ficar entre 4,25 milhões e 4,35 milhões de toneladas, e as de carne suína, entre 1,08 milhão e 1,1 milhão de toneladas.
Os casos de peste suína africana no exterior devem continuar a gerar demanda por carnes brasileiras positivamente no ano que vem.
“O Brasil vai ter uma maior velocidade de retorno das exportações (em relação a outros países)”, disse o presidente da ABPA, Ricardo Santin.
“O Brasil tem uma maior elasticidade para poder crescer, a gente tem alojamentos feitos, capacidade de produção, e se formos chamados, temos melhor condições de cumprir esse papel (de exportador).”
A ABPA também vê recuperação da economia brasileira beneficiando a demanda interna, apesar da expectativa de um novo patamar mais alto para os preços de carnes de frango e suína para o consumidor, refletindo os impactos do aumento nos custos de grãos usados para a nutrição animal.
“Esses preços de insumos irão fazer com que a gente tenha não somente uma ceia de Natal mais cara, mas que haja uma mudança no patamar de preço das proteínas no Brasil”, disse o presidente da ABPA, Ricardo Santin.
“É inevitável, quando tenho crescimento de mais de 123% no milho e 100% na soja (entre janeiro de 2019 e novembro de 2020), que isso seja repassado ao produto final”.
A produção brasileira de carne de frango deve subir entre 3,3% e 5,5% em 2021, para 14,25 milhões a 14,5 milhões de toneladas. O consumo per capita de carne de frango é estimado entre 45 a 47 quilos por habitante, ficando entre estável a uma alta de 4,4% em relação a 2020.
A produção brasileira de carne suína deve subir de 1,2% a 3,5%, para 4,35 milhões a 4,4 milhões de toneladas, com consumo per capita entre 0% a 2% maior, de 15,3 a 15,6 quilos.
Santin disse que mesmo com o fim do auxílio emergencial oferecido à parte da população brasileira durante a pandemia, o crescimento da economia do país e a vantagem de preços de carnes de frango e suína em relação à bovina devem sustentar o consumo doméstico desses produtos.
“A gente entende que esse phase-out (fim) do coronavoucher para uma economia que volta a crescer vai fazer com que a gente tenha um mercado interno ainda bastante consumidor para as proteínas de frango, suína e ovos em 2021”, disse ele.
A ABPA trabalha com a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro de 2,8% em 2021.
Santin acrescentou que a retomada no movimento de restaurantes, a vacinação contra o coronavírus e a retomanda do fluxo normal da movimentação de pessoas também devem ajudar a sustentar a demanda por proteínas de frango e suína no Brasil no ano que vem.
Fonte: Carnetec