24 a 26 de setembro de 2024

Local: Distrito Anhembi
Av. Olavo Fontoura, 1209 - São Paulo - SP
Das 14h às 20h

Notícias

Postado em 15 de Abril de 2020 às 16h54

Brasil dobra vendas de carne bovina à China enquanto isolamento afeta outros mercados

Notícias do Setor (674)
EXPOMEAT 2024 - V Feira Internacional da Indústria de Processamento de Proteína Animal e Vegetal As exportações brasileiras de carne bovina para a China dobraram em março ante igual período de 2019, enquanto outros...

As exportações brasileiras de carne bovina para a China dobraram em março ante igual período de 2019, enquanto outros mercados relevantes para o Brasil reduziram as compras da proteína, já afetados pelo recuo na demanda em meio a medidas de isolamento contra o coronavírus, segundo dados da indústria e especialistas do setor.

“Desde agosto de 2019, mais de 30% das vendas de carne bovina do Brasil vão para a China. Agora, estamos ainda mais dependentes dos chineses porque na União Europeia, por exemplo, os lockdowns diminuíram a necessidade de carne importada que iria para o food service”, disse o consultor em Gerenciamento de Risco especializado em pecuária da INTL FCStone, Caio Toledo.

Os embarques de carne bovina do Brasil, incluindo o produto in natura e processado, totalizaram 147,08 mil toneladas em março, alta de 2,72% em relação a março de 2019, segundo dados da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec).

Somente a China respondeu por cerca de 35% das compras, com 51,86 mil toneladas importadas em março, um salto de 108% ante as 24,9 mil toneladas adquiridas um ano antes, apoiado pelo aumento no número de plantas habilitadas, segundo a Abiec.

De acordo com o consultor da FCStone, o número de unidades frigoríficas do Brasil habilitadas para exportar ao mercado chinês passou de nove para 39 no período avaliado.

“Se a China não tivesse esta quantidade de plantas habilitadas, o Brasil já registraria queda nas exportações totais da proteína bovina devido ao desempenho negativo de outros mercados.”

A União Europeia, terceiro maior comprador de carne bovina brasileira atrás da China e Hong Kong, reduziu em 1% as importações em março, para 7,88 mil toneladas, segundo a Abiec, “e a tendência para os próximos meses é de recuos mais expressivos”, estimou Toledo.

O Chile, quarto maior importador da proteína brasileira, baixou em 6,77% as compras de março, na variação anual, para 7,46 mil toneladas.

Ainda de acordo com dados da Abiec, países como Irã e Emirados Árabes, que figuravam entre os dez principais compradores de carne bovina do Brasil em março de 2019, também reduziram as importações e não aparecem mais neste ranking.

O Egito, que diminuiu em 33% as importações de março, tende a reverter este cenário nos próximos meses, diferentemente de Chile e União Europeia, pois recentemente habilitou novos frigoríficos brasileiros para garantir a segurança alimentar durante a pandemia, segundo o analista.

“Nas estimativas para o curto prazo, estamos vendo a China acelerando o fechamento de negócios pois os frigoríficos aumentaram a procura por gado nos padrões que os chineses pedem. Mas, ao mesmo tempo, o Brasil está sujeito a uma série de riscos, como uma segunda onda do coronavírus naquele país”, alertou Toledo.

Ele lembrou que, em fevereiro, os chineses saíram parcialmente das negociações e muitas cargas ficaram paradas nos portos do país devido a restrições logísticas impostas pelo governo para controlar a Covid-19.

Essa situação impediu o retorno de contêineres ao Brasil e também impactou o mercado em março. Uma fonte da indústria a par do assunto que não quis se identificar afirmou que esta questão dos contêineres está sendo normalizada gradativamente.

“A China é um mercado promissor, mas arriscado. Temos que continuar acompanhando os desdobramentos da peste suína africana e da gripe aviária lá, mas sem esquecer que eles também podem perceber que estão dependentes do fornecimento do Brasil e passar a comprar mais de outros concorrentes.”

Fonte: Reuters

Veja também

Rastreabilidade individual garante padrão sanitário para a carne bovina14/10/21 A cadeia produtiva de carne bovina do Brasil vive momentos bem distintos em 2021. Uma performance crescente no volume e faturamento dentro do mercado internacional e, ao mesmo tempo, a suspensão de compras por parte de parceiros comerciais devido a casos envolvendo a sanidade do alimento. O abate de bovinos recuperou-se bem no segundo trimestre deste ano, passou de 7 milhões de cabeças, e a boa......
Emirados aumentam em 50% compras de frango do Brasil15/09/21 Os Emirados Árabes Unidos aumentaram em 50,5% as importações de carne de frango do Brasil em agosto, segundo dados divulgados pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). O país árabe foi o......
Frísia teve receita recorde no primeiro semestre de 202115/09/21 A cooperativa paranaense Frísia fechou o primeiro semestre com receita líquida de R$ 2,472 bilhões, a maior para o período em seus 96 anos de história. O faturamento foi 53,9% maior que o registrado nos seis primeiros meses......

Voltar para Notícias (pt)

Fale conosco!