Embora boa parte do crescimento seja resultado das mudanças de metodologia que o Ministério do Desenvolvimento fez no ano passado neste mesmo mês, as exportações totais de carne bovina (in natura e processada) voltaram a apresentar crescimento em abril atingindo a 133.363 toneladas, proporcionando uma receita de US$ 501 milhões, num aumento de 57% sobre abril de 2018 com movimentação de 85.064 toneladas e receita de US$ 345 milhões (+45%)
As informações são da Associação Brasileira de Frigoríficos (ABRAFRIGO), que compilou os dados fornecidos pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), através da SECEX/DECEX. Este resultado, segundo a entidade, elevou o acumulado dos quatro primeiros meses do ano para uma movimentação de 539.752 toneladas com receita de US$ 2 bilhões, contra 478.511 (+13%) e receita de US$ 1,936 bilhão (+4%) em 2018, o que demonstra que a movimentação vai bem em volume, mas que os preços obtidos pelo produto brasileiro no mercado internacional ainda são relativamente baixos. Segundo o portal australiano Beef Central, os preços da carne brasileira são, hoje, 43% menores que os da Austrália, um grande competidor no mercado internacional – eram 39% em 2018, 35% em 2017 e de 33% em 2016. A China continua sendo o maior destino da carne bovina brasileira, com movimentação de 208.717 toneladas nos primeiros quatro meses do ano pela cidade estado de Hong Kong e pelo continente, com uma queda de 8 mil toneladas em relação ao mesmo período de 2018 quando as importações alcançaram 216.893. Há em vigor uma forte política do governo chinês de substituir as entradas por Hong Kong pelas compras diretas. No quadrimestre de 2018 as importações pela cidade estado representaram 27,7% do total e em 2019 baixaram para 20,9%. O Egito é o segundo maior importador com 48.496 toneladas (-12,4%) em relação a 2018; na terceira posição vem o Chile com 31.201 toneladas (-9,5%). Compensaram amplamente estes decréscimos, no entanto, o crescimento das vendas para o Irã (32.107 toneladas, ou + 47,6%); Emirados Árabes (31.083 ou + 350%); Rússia, (17.228 toneladas ou + 335%); Turquia, (com 12.172 toneladas, ou + 293%) e Filipinas, (com 9.918 toneladas, ou + 113%). No total, 86 países aumentaram suas importações, enquanto outros 56 diminuíram segundo a ABRAFRIGO.