A fim de auxiliar na contenção do desmatamento na Amazônia, a Marfrig Global Foods anunciou um compromisso para rastrear a origem de todo o gado abatido, desde a criação do bezerro. A iniciativa Marfrig Verde+ tem como meta implementar o rastreamento completo até 2025.
De acordo com a empresa, entrevistada pelo portal Valor Econômico, a ação visa evitar a compra de gado de áreas desmatadas da Amazônia, mesmo indiretamente. Com ela, os investimentos em sustentabilidade da companhia irão superar R$ 500 milhões até 2030.
“É desafiador, mas alguém tinha que fazer”, contou o fundador e controlador da Marfrig, Marcos Molina, ao informativo. O mesmo espera que, com o pontapé inicial dado pela empresa, o governo e outros frigoríficos se engajem na mesma ação.
O PROJETO
A iniciativa da Marfrig, batizada de “Marfrig Verde +” também tem como objetivo, gradualmente, rastrear o fornecedor indireto. Para isso, a companhia lançará diversas ferramentas, como um mapa de mitigação de risco que segundo o portal "já estava em construção e que vai sobrepor as regiões típicas de produção de bezerros com áreas de vegetação nativa", para assim cruzar com os dados dos alertas de desmatamento e as áreas das propriedades rurais dos fornecedores diretos da companhia.
“Se tenho alta presença de vegetação nativa, posso concentrar o esforço por regiões em função do risco”, afirmou o diretor de sustentabilidade da Marfrig, Paulo Pianez, executivo responsável pelo projeto. Pelo cronograma estruturado, o mapa entrará em operação no próximo ano.
Ainda segundo a empresa, ação também passará pelo relacionamento com os fornecedores diretos, canal essencial para rastrear os indiretos e entre as medidas, também está a criação de linhas de crédito subsidiada para que os pecuaristas possam investirem genética e recuperação de pastagens, podendo contar com recursos da companhia e de parceiros que se associem ao projeto.
Com essa aproximação, a Marfrig acredita conseguir mais dados sobre os fornecedores indiretos de cada um dos produtores que vendem gado para o grupo. "Ainda não há detalhes sobre as medidas que serão adotadas, mas uma das ideias é contar com auditoria para verificar as Guias de Trânsito Animal (GTA) emitidas para a movimentação de animais entre o fornecedor direto e indireto. A partir do cruzamento dessas guias com o georreferenciamento de fazendas, pode ser possível detectar se as propriedades estão irregulares", explicou o portal em matéria públicada na manhã desta quinta-feira.
Fonte: Valor Econômico, adaptado pela equipe feed&food
Foto: Gabriel Faria