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Postado em 16 de Novembro de 2021 às 17h07

Setor produtivo discute alternativas para abastecimento de grãos em SC

EXPOMEAT 2026 - VI Feira Internacional da Indústria de Processamento de Proteína Animal e Vegetal Grande produtor e exportador de proteína animal, Santa Catarina se tornou também um dos maiores importadores de grãos do...

Grande produtor e exportador de proteína animal, Santa Catarina se tornou também um dos maiores importadores de grãos do país. O abastecimento de milho é um dos principais gargalos do setor produtivo e o cultivo de cereais de inverno tem se mostrado uma alternativa viável para suprir a demanda interna, informou a Secretaria de Estado da Agricultura, da Pesca e do Desenvolvimento Rural na sexta-feira (12).
As oportunidades para aumentar a oferta de grãos disponíveis para a fabricação de ração animal foram o tema da reunião da Câmara de Desenvolvimento da Agroindústria da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc), realizada na quinta-feira (11), na capital Florianópolis.
“Este ano nós já vamos comemorar os bons resultados do cultivo de cereais de inverno em Santa Catarina e sabemos a importância desse elo para a competitividade da cadeia produtiva de carnes no estado. Nós temos, aproximadamente, 1 milhão de hectares disponíveis e que podem ser cultivados no inverno, isto nos traz um horizonte de grandes oportunidades tanto para os produtores quanto para as agroindústrias”, disse o secretário da Agricultura, da Pesca e do Desenvolvimento Rural de SC, Altair Silva, em nota.
O trigo, aveia, centeio e cevada – cultivados nas épocas mais frias do ano – podem representar uma renda extra para os produtores e também suprir a demanda da cadeia de proteína animal. Desde 2013, os pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) estudam os aspectos nutricionais e econômicos dos cereais de inverno, a intenção é identificar quais cultivares são mais adequados para ração animal, especialmente em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul.
Segundo o pesquisador da Embrapa Trigo, Eduardo Caierão, o foco dos estudos é utilizar o trigo especificamente para ração, seja com um novo cultivar ou aproveitando um material já existente.
“Com a disponibilidade genética que temos hoje, é possível, no mínimo, dobrarmos a produção com a mesma área. Nós temos lavouras com rendimento de cem sacos por hectare e, todos os anos, nós temos o lançamento de novas variedades, mais resistentes e mais adequadas ao que o produtor precisa. A cultura do trigo é uma cultura de risco, mas o pior de tudo é não ter o que colocar no inverno, este é o erro mais grave”, explicou o pesquisador na mesma nota.
Para as agroindústrias, a maior oferta de cereais de inverno para a produção de ração representa um ganho de competitividade e amplia a capacidade de investimentos do setor produtivo.
“Devemos estar atentos ao tema da competitividade e isto passa por temas logísticos e, principalmente, pelo tema de abastecimento de grãos. Hoje, nós temos novos desafios, entre eles a sustentabilidade da produção. E aumentar a nossa eficiência de produção é, talvez, a nossa maior contribuição para a sustentabilidade do planeta porque vamos produzir mais toneladas de alimentos com um menor uso de recursos naturais, ou seja, com mais eficiência”, disse o presidente do Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados de Santa Catarina (Sindicarne SC), José Antônio Ribas Júnior, também no comunicado de sexta-feira.
De acordo com estimativa da Epagri/Cepa, Santa Catarina deve colher a maior safra de trigo dos últimos dez anos, com produção de 348 mil toneladas, um incremento de 102% em relação à safra anterior. O cenário resulta do crescimento de 74% na área plantada, reflexo dos bons preços pagos aos produtores, associados ao incentivo do governo estadual no cultivo de cereais de inverno.
Para reduzir a dependência de milho e os custos de produção da cadeia produtiva de carnes e leite, a Secretaria da Agricultura lançou o Projeto de Incentivo ao Plantio de Cereais de Inverno. Com investimento de R$ 5 milhões, os produtores receberam apoio para cultivar trigo, triticale, centeio, aveia e cevada – que devem ser utilizados para fabricação de ração.
O projeto conta ainda com áreas experimentais para avaliar 30 cultivares em diferentes solos e climas. A ação conta com o apoio da Cooperativa Regional Agropecuária Vale do Itajaí (Cravil), Cooperativa Regional Agropecuária Sul Catarinense (Coopersulca), Cooperalfa e Cooperativa Agroindustrial Cooperja.

Fonte: CarneTec

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