A Marfrig firmou acordo para a venda de 16 unidades de abates de bovinos e ovinos na América do Sul para a Minerva Foods por R$ 7,5 bilhões, informaram as empresas na segunda-feira (28).
No Brasil, a Marfrig irá vender 11 unidades de abate de bovinos localizadas em Alegrete (RS), Bagé (RS), Bataguassu (MS), Chupinguaia (RO), Mineiros (GO), Pontes e Lacerda (MT), São Gabriel (RS), Tangará da Serra (MT) e três unidades inativas.
Na Argentina, a Marfrig venderá a unidade de abate de bovinos de Villa Mercedes. No Chile, a unidade de abate de ovinos Patagonia, e no Uruguai, as unidades de abate de bovinos em Colônia, Salto e San José estão incluídas na transação.
A Minerva disse em comunicado que ampliará sua capacidade de abate e desossa de bovinos em 44% após a conclusão do negócio, de 29.540 para 42.439 cabeças/dia, elevando a receita líquida anual da companhia para acima de R$ 50 bilhões.
“Outras vantagens competitivas da transação incluem a captura de sinergias na frente logística, oportunidades de expandir e aprimorar a distribuição, além da ampliação do acesso a clientes internacionais, reforçando a liderança da empresa na exportação de carne bovina desde a América do Sul”, disse a companhia.
A Minerva passa a ter 40 plantas de abate e desossa de bovinos (21 no Brasil, 5 no Paraguai, 6 na Argentina, 6 no Uruguai e 2 na Colômbia) e cinco plantas no segmento de cordeiros com capacidade total de abate e desossa de 25.716 cabeças/dia (4 plantas na Austrália e 1 no Chile).
“Estamos muito entusiasmados com esse movimento, que está em linha com a nossa estratégia de diversificação geográfica e complementa de forma única a nossa operação na América do Sul, que é um dos mercados mais competitivos do mundo”, disse o presidente da Minerva, Fernando Galetti de Queiroz, em comunicado.
“Isso colocará a nossa companhia em outro patamar, nos dará acesso a novos clientes internacionais, maximizará as oportunidades comerciais e sinergias operacionais, reduzindo riscos e ampliando a nossa capacidade de competir no mercado internacional de proteína animal.”
Marfrig foca em itens de alto valor agregado
A Marfrig disse em nota que a venda dos ativos na América do Sul está em linha com sua estratégia de focar em produtos de alto valor agregado e de marca iniciada em 2018.
“Os complexos industriais da região, que integram abate e produção de itens de alto valor agregado, com maiores escala, eficiência e margens de lucro, permanecem sob a gestão da Marfrig, que passa a ter uma receita consolidada anual de cerca de R$ 130 bilhões”, disse a empresa em nota.
No Brasil, a Marfrig continuará com a fábrica de industrializados Pampeano, em Hulha Negra (RS), a maior exportadora brasileira de enlatados para a Europa, e com os complexos industriais de abate e processamento de produtos com marca e valor agregado de Várzea Grande (MT) e Promissão (SP), assim como a fábrica de hambúrgueres de Bataguassu (MS), inaugurada no ano passado.
Na Argentina, a Marfrig segue com o seu complexo industrial de San Jorge, produtor das marcas Quickfood, Paty e Vienissima, e com a unidade de Campo del Tesoro, fornecedora das principais cadeias de fast food globais, além das unidades de Baradero e Arroyo Seco.
No Uruguai, a Marfrig manterá o complexo industrial de Tacuarembó, líder na produção de carne orgânica, e a unidade de processados de Fray Bentos.
No Chile, a Marfrig seguirá com seus complexos de armazenagem, distribuição e trading.
A Marfrig também continuará com a National Beef e a Plant Plus, nos Estados Unidos, além de sua participação de controle na BRF.
Fonte: Carnetec